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Governo cria pasta para combater fake news, mas especialistas alertam para risco de excessos

  • Foto do escritor: denizepaixaoborges
    denizepaixaoborges
  • 7 de jan. de 2023
  • 2 min de leitura
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Governo cria pasta para combater fake news, mas especialistas alertam para risco de excessosProcuradoria alocada na Advocacia-Geral da União prevê resposta e enfrentamento a desinformação sobre políticas públicas6 de janeiro de 2023,

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criou a Procuradoria Nacional de Defesa da Democracia com o argumento de combater fake news sobre políticas públicas. No entanto, especialistas alertam para eventuais excessos que podem ser praticados com a nova unidade, alocada na AGU (Advocacia-Geral da União).

A pasta foi criada por meio do decreto 11.328, em 1º de janeiro deste ano. Uma das atribuições é “representar a União, judicial e extrajudicialmente, em demandas e procedimentos para resposta e enfrentamento à desinformação sobre políticas públicas”.

O texto de criação da procuradoria, entretanto, não especifica os critérios utilizados pela administração para definir o que é desinformação, ou fake news. Também não detalha a estrutura da nova pasta nem a metodologia para o monitoramento das informações que serão classificadas como desinformação.

A nova pasta tem o objetivo de representar a União em várias frentes: demandas e procedimentos para a defesa da integridade da ação pública e da preservação da legitimação dos poderes e de seus membros; resposta e enfrentamento à desinformação sobre políticas públicas; e articulação interinstitucional para compartilhamento de informações e ação integrada.

Especialista em direito constitucional, o professor e advogado Daniel Lamounier alerta para eventuais excessos que possam ser praticados na execução dos trabalhos, já que não há legislação brasileira que defina o que é considerado fake news. Um projeto sobre o tema ainda está em discussão no Congresso Nacional. “Deve-se observar a razoabilidade, a proporcionalidade, e também deve ser mínima. A norma deve ser construída com embasamento técnico, e não pautada em mero revanchismo. A liberdade de imprensa, de informação, de comunicação é o alicerce de um regime democrático”, acrescenta Lamounier.

De acordo com o especialista, qualquer exagero é inconstitucional e deve ser objeto de controle. “Por mais que haja algum excesso agora, há ainda o guardião da Constituição, que é o Supremo Tribunal Federal.”

Antônio Carlos de Freitas Júnior, advogado e professor de direito constitucional, explica que não há uma norma sobre desinformação no ordenamento jurídico brasileiro, e a criação da pasta pela AGU busca pedir medidas ao Poder Judiciário.

“Não é que esse órgão vai fazer censura, que esse órgão vai decidir, mas, sim, é um órgão especializado dentro da AGU para pedir jurisdição ao Poder Judiciário. É importante porque organiza melhor a questão interna da AGU”, analisa Júnior.


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